05 janeiro 2008

Defunto

É chato fazer o luto sem defunto. Que o digam os familiares dos tripulantes do navio Bolama.
É que se corre o risco de o defunto não chegar a falecer. Fica-se com cara de parvo e somos invadidos com aquela inquietação gerada pela urgência de escolher um tom de amarelo para o sorriso.

Isto faz-me lembrar uma frase curiosa de Salazar, imediatamente após a ser vitima de um atentado bombista: "Bom, já que não morri vou trabalhar!"
É interessante o desprendimento pela vida aqui demonstrado. Se o potencial defunto não leva a mal ser quase defunto, devia eu esquecer o luto já feito e demonstrar um desprendimento idêntico à cerca das relações.

Humm, cheira-me que o sapateado sobre a minha alma este ano vai ser mais cedo...

1 comentário:

Anónimo disse...
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