08 dezembro 2006

Proposta para acabar com o futebol como o conhecemos

Tive uma ideia!
Vamos criar um novo futebol cujos treinadores sejam trocados pelos treinadores de xadrez, os jogadores passem a ser os actuais jogadores de ténis, os dirigentes trocavam-se pelos consultores da Mckinsey, os jornalistas pelos jornalistas de economia e os porteiros (piece de resistance) pelos da Kapital. Esqueci-me de alguém?

Nota: O governo agradece o lançamento do livro da ex-mulher de alterne, digo, do Pinto da Costa e antevê tempos calmos até ao Natal em que ninguém vai ligar aos sindicatos, aos professores, aos militares, ao Marques Mendes, ao Marcelo, ao contra informação e ao Gato Fedorento.

03 dezembro 2006

Nas mãos de Deus

O filho do Pinochet - Marco António - diz que o pai está nas mãos de Deus.
Não digo mais nada. Fico só a ver.

06 novembro 2006

Democracia dependurativa

Isto de aprender com americanos os fundamentos da democracia permite pendurar e exibir com orgulho o saber adquirido.

E só uma grande nação como os Estados Unidos é que pode ensinar devidamente o verdadeiro mérito do artigo 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

E lá está! Um americano defende para os outros o que quer para si: a pena de morte. E creio que há nos corações dos políticos americanos uma certa saudade dos bons velhos tempos do faroeste. É verdade que agora os tempos são outros. E fica sempre bem colocar um juiz a administrar a justiça, embora, conforme defendido na tal época, esta coisa do julgamento atrase bastante o espectáculo!

Voltando ao referido artigo da referida Declaração os americanos gostam de cortar tudo a direito! (ou a esganar tudo a direito!). Não interessa se é ditador sanguinário, juiz de um tribunal do ditador sanguinário, meio irmão do referido sanguinário ou um tipo qualquer do Texas que tenha roubado 3 vezes um carro (ah, não! Isso só dá prisão perpétua! O raio do sistema judicial americano que é tão rico e diverso que nos baralha!).
De facto, não houve distinção de sexo, raça, cor ou religião. Se é mau como as cobras toca de pendurar!

E que não venham os Gato Fedorento dizer: -“Ah e tal, que o Saddam nem sequer tinha personalidade juridica!” porque, como nos ensinam os americanos, no artigo 6º da citada Declaração:
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.

Nem isto pegava. Toda a gente sabe que os ditadores sanguinários têm personalidade jurídica! Senão vejam bem o Pinochet. Se repararem com atenção... lá está! A personalidade jurídica mesmo ao lado da algália!

E a do Saddam estava bem no centro de uma bolsa periodontal originada por uma mau ponto de contacto entre o dente 4.5 e 4.6. Todos nos lembramos de ver um dentista forence americano à procura da dita personalidade na boca do dito sanguinário.

De facto com uma democracia assim, todos querem pendurá-la com orgulho!



Nota: Curiosamente, o dentista que falhou o tal ponto de contacto ao fazer uma restauração no 4.5 voluntariou-se, com surpresa de quem o conhecia, para um estudo pioneiro da influência da lobotomia dupla num dentista que efectua exodontias múltiplas sem anestesia de decíduos sãos em crianças xiitas. Este estudo ainda não produziu resultados porque perece haver alguma dificuldade do dentista em escrever o relatório.

Cheias

A desvantagem de haver cheias no Inverno é que torna mais difícil secar as carpetes e os cortinados.

02 novembro 2006

Locações

O que é o amor senão um contrato de locação reciproco onde cada um dos envolvidos é simultaneamente locador do seu coração e locatário do do outro!

25 setembro 2006

Viver

Devemos viver o dia não como se fosse o último, mas sim com a curiosidade do primeiro.

Post interrompido

O caro leitor deve estranhar uma aparente falta de posts neste blog e há por aí frequentes queixumes de que não temos por cá informação completa. Nada, porém, do que de verdadeiro se passa e que ao público interesse deixa de ser trazido ao conhecimento dele.
Mas não é informar bem o público deitar mão a todos os mexericos, a todas as intrigas, a todas as fantasias, ouvidas nas mesas dos cafés ou a algum intrujão imaginativo, para as lançar cá para fora como grandes e sensacionais revelações.
Inventam-se tremendas oposições entre pessoas que mutuamente se respeitam e de comum acordo atuam; divisões internas onde só reina harmonia de vistas; conluios suspeitos em casos em que estão perfeitamente definidas as posições e assumidas as responsabilidades...

Bolas!

Então o raio do futebol não acabou?

04 setembro 2006

A desordem do bastonário

Depois de ontem o bastonário da ordem dos médicos ter dito que não se pode exigir aos médicos que sejam polícias e que descubram se as queixas dos doentes são verdadeiras ou inventadas começo a desconfiar da utilidade prática dos médicos.
Há uns anos o Herman perguntava: “para que serve uma tuna?” Se fosse hoje o pessoal das produções fictícias tinha feito a rábula “para que serve um médico?”. Temo pelas respostas.

Mas vamos lá enquadrar estas declarações tão oportunas.
Estava o bastonário descansado a gozar o fim de semana quando um jornalista chato da TSF lhe liga a perguntar o que lhe apetecia dizer sobre as baixas fraudulentas na altura da apanha da batata, do morango e da amêijoa. É daquele tipo de perguntas que chateiam um bastonário.
Em vez de responder uma baboseira do tipo “isso é o critério clínico de cada um e os critérios clínicos são como as vaginas: cada um tem a sua e quem quiser utilizá-la, utiliza-a!”, encontrou uma resposta que calou o jornalista: “os colegas são médicos e não polícias. Os pacientes chegam com queixas e nós somos só médicos!”
Ainda bem que são só médicos! Nem quero imaginar se não fossem de facto apenas médicos!
Creio mesmo que se podia cair na indelicadeza de um médico colocar em causa a doença da pessoa. Eu próprio ficaria aborrecido se o meu médico não acreditasse nos 39º de febre que lhe estava a garantir que tinha e para cúmulo não me desse baixa. Afinal de contas o tipo é só médico ou é mais qualquer coisa? Tipo ... polícia! E acredito mesmo que o bastonário dizia “polícia” mas pensava pide! E já se sabe que fascismo nunca mais! (ainda por cima no fim de semana do Avante)
E para calar de vez o irritante jornalista puxou da piece de resistance: “A lei devia ser mudada. Os governos têm hábito de não ouvir o que dizemos mas nós é que sabemos. Desde há muito que dizemos que não devem ser obrigatórias essas coisas dos atestados e baixas para justificar as faltas. A palavra das pessoas deve chegar.”
O jornalista (que nos tempos livres colecciona selos e portanto não é só jornalista) ainda pensou em perguntar se a palavra das pessoas devia valer mais do que a palavra daqueles que são só médicos, mas calou-se a tempo. Lembrou-se que o bastonário conhecia mais médicos do que ele próprio e portanto estava melhor colocado para dar uma opinião sobre a palavra dos médicos.

Contagem decrescente

O futebol auto destruir-se-á em 10 dias.

12 junho 2006

Ser português

Segundo o Público de hoje uma cidadã indiana viu rejeitado o seu pedido de naturalização pelo tribunal da relação de Lisboa. A razão desta recusa é a falta de conhecimento da cultura portuguesa.
Contudo, a Senhora está em Portugal desde 1997, é casada com um português há mais de 3 anos, tem dois filhos nascidos em Portugal, é sócia de 2 estabelecimentos comerciais e sabe falar português.
Por outro lado não conhece a história, a política e a cultura do nosso país e nem sequer sabe o hino nacional.

Eu não conheço a Lei mas, assim sendo, temos um problema: uma parte da nossa população não pode ter nacionalidade portuguesa!

Será que todos os juizes conhecem a nossa história? E todos os funcionários judiciais sabem o hino? E os delegados do ministério público, sabem quem é o líder do PP? Alguém sabe quem é esse líder?

09 junho 2006

Parece que ontem o dia não foi mau...

Ontem de manha ouvi a notícia que Al Zarqawi tinha morrido. Lembrei-me, então, da morte de Comeni. Andava no 10º ano e recordo que, apesar da idade, tive a tranquilidade para não festejar o seu falecimento.
Depois lembrei-me que estava atrasado e ainda não tinha feito a barba. E foi nesse momento que o jornalista da TSF disse: “... e foi assim que esta morte foi anunciada: - «Today is a good day.» - dizia o primeiro ministro Iraquiano com o embaixador Americano ao lado. Na sala ouve-se palmas e gente a gritar de alegria (acho)”.
Hoje ouvi, na mesma rádio, o anuncio de uma tragédia: o Deco tem magoou-se na perna. Podemos concluir que o dia hoje não é lá grande coisa.Apesar de ridículo de tudo isto fico contente que tenham dedicado mais tempo ao Deco que à morte do Alzarqawi.

07 junho 2006

Futebol

Afinal quando é que acaba esta coisa do futebol? É que já não os posso ouvir!

Fogos

Entrámos oficialmente na época dos fogos. A formula é simples: temperaturas acima dos 30º.
Já estamos a arder há pouco mais de uma semana e hoje o ministro António Costa já mandou um helicóptero para Barcelos.
Algumas notas. Primeiro, eu sou grande apreciador de meios aéreos incluindo os helicópteros.
Segundo, estou expectante (ou estarei curioso? Não. Estou expectante.) para ver as declarações do ministro logo à noite no telejornal explicando a sua mudança de opinião sobre os meios aéreos.
Terceiro, estou em pulgas (eufemisticamente, uma vez que lá em casa no máximo tenho são melgas) para o lançamento do novo livro de Manuel Maria Carrilho (com prefácio de Carneiro Jacinto) sobre como os meios aéreos lhe prejudicaram a carreira política.

26 maio 2006

Tal como no caso particular da fusão da água, onde podemos usar o termo descongelação, também na economia existem casos particulares para investimento ou aquisição.
Creio que esta nota mental é particularmente útil para estrangeiros pois a terminologia que se segue não é ensinada nos cursos de Português para estrangeiros.

Assim, se quisermos descrever um processo de investimento no sector da estética, mais concretamente num cabeleireiro, diz-se: - "Ela pôs um salão!". Se o financiador for o pai podemo-nos arriscar mesmo a ouvir: -“O pai pôs-lhe um salão!”

Também, no sector automóvel há particularidades na terminologia da aquisição de um veículo automóvel. Não é raro termos de ouvir, mesmo contra a nossa vontade: “Para o ano vou buscar um Punto!”. Isto quer dizer que o indivíduo irá comprar um Fiat Punto e ainda está orgulhoso do facto!
Acresce, que este tipo de terminologia já não se encontra encerrada em certas e determinadas zonas geográficas, tal como os Puntos que circulam livremente por todo o lado.

23 maio 2006

Ontem, no Pós e Contras da RTP, Manuel Maria Carrilho foi defender a tese do seu último livro. Não li o livro e não sei se me apetece.

É curioso que aqueles jornalistas - Fátima Campos Ferreira, Rangel e Ricardo Costa - se proponham participar na discussão da manipulação da comunicação social na opinião pública. Todos os jornalistas conhecem o fenómeno das empresas de comunicação e sabem que estes consultores fazem mais do que press releases ou assessoria de imagem. Estes senhores fazem lobby de imprensa!

É ainda mais curioso que um político profissional como Manuel Maria Carrilho se queixe que existam este tipo de fenómenos na política. Esta ferramenta - lobby de imprensa - é utilizada sem pudor por todos os agentes - políticos e empresas - com poder económico para o fazer.
Afinal de contas de que se queixa Manuel Maria Carrilho? Pelo que ouvi ontem da boca do próprio ele conhece a ferramenta, sabe que é utilizada por todos, ele próprio contratou um publicitário e que levou mais na campanha do que deu. Parece-me que o candidato derrotado só tem que se queixar de não ter contratado alguém tão hábil como o adversário.

Quem tem que de ter vergonha são os jornalistas por o jornalismo ser permeável a pressões pagas. Não tenhamos ilusões: se alguém com um determinado objectivo puder pagar a estas empresas de lobby de imprensa consegue ter as notícias publicadas ou difundidas que desejar. Assim sendo, o definição de jornalista é "aquele que é manipulado para manipular".

22 maio 2006

Foi durante o programa "O blog dava um programa de rádio" que me ocorreu ter um blog. Tenho por vezes umas certas e determinadas coisas para registar mas que se perdem na espuma dos dias. Aliás, muita coisa deixo escapar nessa espuma...
Mas o meu blog não será um blog de textos densos e especialmente cuidados, nem terá grandes pretensões. Será antes um bloco de notas soltas para os meus biógrafos.
Alguns de nós pregam valentes partidas aos seus biógrafos sobretudo aqueles que têm má memória e aqueles, outros, que deitam para o lixo certas e determinadas coisas. Ora, tenho memória de peixe e, apesar de nutrir um estranho amor por coisas [aparentemente] inúteis, le soleil de ma vie passa a vida a deitar coisas fora.
Deste modo, creio de grande utilidade um blog. Além disso, uma vez que não há um speakers corner em Lisboa aqui crio o meu.
Por outro lado, creio que as minhas notas mentais não valorizam especialmente um belo programa de rádio, pelo que o meu blog não dava um programa de rádio.