A 22 de Maio de 1907 nasceu Francisca Perdigão em Aljustrel. Cresceu no seio do ambiente da mina da terra e estudou até à 4ª classe. Com cerca de 20 anos foi viver para Torres Vedas onde um irmão tinha uma farmácia. Aí conheceu o seu futuro marido.
Nasceu no tempo da monarquia mas viveu no tempo da 1º república, do estado novo, do PREC e da democracia consolidada. Sofreu quando a PIDE lhe prendeu o marido que pensava e sonhava. Chorou quando o seu neto integrou a direcção de uma associação dos estudantes, recordando os tempos em que era proibido pensar.
Viveu com a generosidade de quem vive para a família e foi a fiel depositária da sua memória. Num certo sentido assumiu os lugares deixados vagos pela Tia Ramalha e pela Tia Carolina que eram as portadoras das histórias e identidade daquele ramo da família.
A minha avó foi a mulher mais doce que conheci e a minha melhor amiga. Hoje faria 100 anos.
22 maio 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
O episódio da Associação de Estudantes, que eu não conhecia, é de uma ternura fantástica um beijinho para a Avó e outro para o neto. Interessante,ainda que menos importante, ela ter nascido no mesmo dia que um fascista que, a mim, só me deu alegrias,Hergé de quem Tintin me trouxe a vontade inabalavel, de conhecer mundo e de partir em aventuras, que a idade teima em não deixar desvanecer.
Enviar um comentário