28 julho 2007

Biblios

Ontem vi o Dr. Jaime Nogueira Pinto a falar do seu último livro – Salazar – Outro retracto da editora Esfera dos Livros.

Parece que escreve sempre à mão usando uma Montblanc e papel de 35 linhas. Descobri isso no site da Camara Municipal de Obidos.

Creio que há uma normativa qualquer que obriga que se escreva sobre a Salazar em papel de 35 linhas usando um aparo dourado. Confere um certo charme e é perfeitamente adequado aos ditadores do Século XX. Não quero com isto que se pense que sou montblancfóbico! Vejo este pormenor da mesma forma que reparo nas sandálias de couro que a malta de esquerda (sim, esses são uma malta) exibe nas inaugurações da Gulbenkian.

Queria deixar dito algo sobre a entrevista de ontem mas primeiro tenho de deixar registada a passagem onde diz – “Como todos os chefes de família literatos ocupo uma boa parte da casa com livros”.

Pois, então, este chefe de família literado escreve um livro porque acha que já é tempo de Salazar como uma figura histórica. Isso significa que temos de levar em conta as coisas fantásticas que Salazar fez pelo país e relativisar os aspectos negativos da sua governação.
Falta dizer que, mesmo no seu tempo, colocar a pátria e ordem à frente da liberdade era anacrónico. Talvez no tempo do Sebastião José Carvalho e Melo possamos relativisar a sua actuação. Com Salazar não.

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